Hoje é o dia nacional da Caatinga

28 abr 2013 - 12:10


CAATINGA

No Dia Nacional da Caatinga (28 de abril) ocorreu uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir formas de combate ao desmatamento e de obtenção de recursos na preservação ambiental do bioma Caatinga. O debate partiu da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável sugerido pelo presidente da comissão, deputado Giovani Cherini (PDT-RS).

Mais de 27 milhões de pessoas vivem na área original da Caatinga, que é carente e precisa da biodiversidade para se sustentar. E apesar de ocupada há séculos pelo homem, a Caatinga ainda não foi devidamente estudada, sendo um bioma bastante suscetível à ação humana. Segundo dados de 2008 do Ministério do Meio Ambiente, 45% do território estão desmatados. Um dos motivos é a extração ilegal de madeira para geração de energia. Também são causas do atual processo de desertificação (degradação em terras secas) da Caatinga: o extrativismo mineral, a agricultura praticada de forma errônea e a pecuária.

O bioma Caatinga tem uma área de 850 mil km², o que equivale a 11% do território nacional, e segundo os dados do desmatamento do Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite mostram que o bioma ainda possui 55% de vegetação remanescente (dados do período entre 2002 e 2008).

Desde 1995, está em tramitação no Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que transformará a Caatinga e o Cerrado em patrimônios nacionais. Estes biomas detêm o menor status de conservação em áreas protegidas.

Na Caatinga, são 144 unidades de conservação que representam 7% da área total do bioma, mas apenas 1% das unidades é de proteção integral. Os dados são do Mapa de Unidades de Conservação e Terras Indígenas da Caatinga, produzido em parceria entre Ministério do Meio Ambiente e The Nature Conservancy.

O uso sustentável dos recursos naturais apresenta grandes perspectivas no Semiárido brasileiro. A Caatinga dispõe de modelos já testados e com bons resultados para o manejo agrosilvopastoril, a integração do uso sustentável de produtos madeireiros e não-madeireiros e o manejo da vegetação para pecuária e agricultura. A valorização dos produtos da sociobiodiversidade e a criação de mecanismos de financiamento de atividades sustentáveis, aliados à tecnologia sustentável e aos conhecimentos tradicionais são outras possibilidades para modificar o perfil de uso da Caatinga.

A conservação da Caatinga também está intimamente associada ao combate da desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. No Brasil, 95% das áreas suscetíveis à desertificação estão na Caatinga. Por isso, combater o desmatamento e ampliar atividades sustentáveis são focos de ações para conter a desertificação e proteger a caatinga.

Blog do Vinícios Santana

 

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