Especialista explica como prevenir, diagnosticar e tratar a tuberculose

26 mar 2018 - 11:00


Entre os principais sintomas da tuberculose, está a tosse, que geralmente vem acompanhada por febre baixa vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e fadiga (Foto: Olival Santos / Agência Alagoas)

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, que sem o correto tratamento pode ser fatal. Ela afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas e pode ser transmitida por via aérea, através da tosse, espirro ou fala de doentes, segundo alerta Rafaela Siqueira, assessora técnica do Programa Estadual de Combate à Tuberculose, cujo Dia Mundial de Combate ocorreu no sábado (24).

A suscetibilidade à infecção é praticamente universal. No entanto, a maioria dos infectados resiste ao adoecimento após a infecção e desenvolve imunidade parcial à doença. Cerca de 5% dos infectados não conseguem impedir a multiplicação inicial do bacilo e adoecem; outros 5%, apesar de bloquearem a infecção nesta fase, adoecem posteriormente seja por reativação dos bacilos encapsulados ou por exposição à nova fonte de infecção.

Segundo a assessora técnica do Programa Estadual de Combate à Tuberculose, a apresentação da doença ocorre na forma pulmonar ou extrapulmonar. Na forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, por ser responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. “A busca ativa dos sintomáticos respiratórios é a principal estratégia para controlá-la, uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares bacilíferas”, disse.

Conforme Rafaela Siqueira, entre os principais sintomas da tuberculose, está a tosse, que geralmente vem acompanhada por febre baixa vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e fadiga. Porém, todo sintomático respiratório (tosse há três semanas ou mais), mesmo apresentando um bom estado geral, deve ser investigado para a versão pulmonar.

Diagnóstico

Para diagnosticar a doença, é utilizada a baciloscopia do escarro, que é uma técnica simples e de baixo custo, e quando executada corretamente, permite detectar a maioria dos casos pulmonares. Possui indicação de ser realizada tanto para diagnóstico de casos novos, como para acompanhamento do tratamento e confirmação da cura em casos pulmonares.

Há também o teste rápido molecular para tuberculose, cujo tempo de execução no laboratório é de duas horas e o resultado é gerado automaticamente. Tem indicação de realização prioritariamente para o diagnóstico, como também para os casos de que necessitam passar por um novo tratamento.

“É importante ressaltar que Alagoas tem o teste rápido implantado em Maceió desde 2015 e, atualmente, está em fase de implantação no Lacen/AL [Laboratório Central de Alagoas] para atender os 102 municípios alagoanos. Sendo este um avanço para o diagnóstico oportuno, auxiliando no controle da doença”, salientou Rafaela Siqueira.

Tratamento 

Se trata de uma doença curável, desde que obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa e a correta operacionalização do tratamento. O tratamento da tuberculose deve ser desenvolvido sob regime ambulatorial e realizado, preferencialmente, na Atenção Básica. Já a hospitalização somente está recomendada em casos onde o paciente esteja em estado grave.

“Os dois primeiros meses do tratamento são feitos com quatro drogas combinadas em um mesmo comprido, na fase intensiva. Já na fase de manutenção, nos quatro meses subsequentes, são usadas apenas duas drogas, também combinadas em um mesmo comprimido. Este tratamento dura seis meses e leva à cura da doença, desde que haja boa adesão ao tratamento, com uso diário da medicação correta”, explicou Rafaela Siqueira.

Segundo ela, as pessoas que convivem em casa, ambientes de trabalho, instituições de longa permanência ou escola com paciente diagnosticado com tuberculose precisam passar por uma avaliação. “Portanto, é necessário que a Atenção Básica esteja sensível, a fim de realizar o levantamento de quem são esses casos a serem avaliados, com o intuito de assegurar a quebra da cadeia de transmissão da doença”, orientou.

Por Marcel Vital / Agência Alagoas

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