Eduardo Tavares: “Maceió nunca foi a cidade mais violenta do mundo. É invenção”

24 abr 2014 - 13:28


Ex-secretário falou sobre segurança pública e sua pré candidatura ao Cada Minuto Press.

Eduardo Tavares (Foto: TNH 1)

Eduardo Tavares (Foto: TNH 1)

Amanhã, dia 25, o CadaMinuto Pess chegará às bancas com uma entrevista de Páginas Vermelhas como pré-candidato tucano ao governo do Estado de Alagoas, o ex-secretário de Defesa Social e ex-procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares.

Trata-se de uma longa conversa com Tavares que passa por diversos assuntos, incluindo as alianças políticas para as eleições de 2014, o governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB), a atuação no Ministério Público Estadual, dentre outros pontos.

Tavares foi lançado pré-candidato do PSDB – de acordo com o próprio, ele foi convencido a isto pelo governador Teotonio Vilela – “desarrumando” o tabuleiro do xadrez palaciano, inclusive afastando – ao que tudo indica! – em definitivo o senador Benedito de Lira (PP) da possibilidade de ser o candidato do governo.

O que dá para sentir da entrevista de Tavares? Ele só não será candidato se o PSDB desistir de seu nome e optar por uma aliança, mas o procurador-geral se mostra disposto e diz ter “condições de enfrentar o desafio” mesmo sem ter sido testado anteriormente pelas urnas. Detalhes do que levam ele a esta crença, o leitor verá na entrevista.

O ex-procurador também refutou de forma categórica a possibilidade da escolha de seu nome fazer parte de uma “aliança branca” planejada entre o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e o senador Renan Calheiros (PMDB), visando um acordo para 2018. “Isto não existe. Eu não me prestaria a isto. Se o governador pensasse nisto, não seria o meu nome a ser escolhido. Além disto, o governador é um homem descente. A minha pré-candidatura está posta porque eu tenho condições de dar continuidade a um projeto importante pelo qual Alagoas tem passado. Dar continuidade e, obviamente, imprimindo nele as minhas características”, rebateu.

A conversa existe nos bastidores e já foi ponto de algumas notas espalhadas pela imprensa. Para Tavares, fruto de uma central de boataria que não merece crédito. Sobre composições, Tavares se afasta do exercício de futurologia – como ele mesmo chama – e diz que isto tem sido um papel desempenhado pelo partido. (leia-se: Teotonio Vilela Filho).

Mas um ponto chama atenção durante a entrevista, ao analisar as ações da pasta da Defesa Social (que comandou por tão pouco tempo) e a situação da criminalidade em Alagoas, Eduardo Tavares contraria os recentes rankings divulgados e as estatística mais recente. Diz que é invenção considerar Maceió a cidade mais violenta do mundo, mesmo diante dos crimes que estão acontecendo.

“Eu digo com certeza para você: Maceió nunca foi a capital mais violenta do mundo. Isto não existe. Isto foi uma criação. Maceió é uma cidade violenta. Alagoas é violento. Como violento é Sergipe, Pernambuco, assim como o Brasil e outros países da América do Sul. Ela é circunferencial e globalizada”, diz.

E ainda complementa: “Ela (a violência) advém de quê? Primeiramente, da época que nós vivemos, da superpopulação que temos, do consumo da droga. Tudo isso aí hoje concorre para 92% da violência vivenciada por nós todos. Os usuários e traficantes se matam, por conta de dívida, de roubo. Está generalizado. O Nordeste cresceu muito do ponto de vista econômico. Ficamos com bolsões de miséria de um lado e pequeno bolsões de riquezas do outro. Isto ajudou no crescimento da violência. Tanto, que eu acho que hoje o papel do estadista é trabalha pela inclusão social. Estas pessoas que estão viciadas na droga, querem consumir produtos que não podem pela via tradicional. Roubam para comprar e matam para roubar. Isto é o que tem gerado a violência em Alagoas, que é a mesma do Piauí e de Goiás. Eu ouvi isto de outros secretários. Eu estudei a situação da criminalidade minuciosamente, em Bogotá e Medelín”.

A entrevista na íntegra estará na edição de amanhã do CadaMinuto Press.

Por Lula Vilar / Cada Minuto

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