Blog do Clerisvaldo B. Chagas: A Santa, o urubu e o espaço

30 jul 2015 - 09:30


Obras no Largo Cônego José Bulhões (Foto: Clerisvaldo / arquivo)

Obras no Largo Cônego José Bulhões (Foto: Clerisvaldo / arquivo)

Há muitos anos, em várias gestões municipais, a parte profana da festa da padroeira sempre irritou condutores de veículos e pedestres. Os famosos parques de diversões que tanto alegram crianças e até mesmo adultos, ocupavam toda a dimensão do comércio, tornando o centro de Santana do Ipanema, um verdadeiro inferno. Há décadas que a cidade não move uma palha em busca de novas alternativas para circulação de pessoas e máquinas. Nem uma rua nova no centro, nenhum beco, nenhuma alameda, nenhuma ponte, nenhum viaduto… Nada, absolutamente, nada que possa aliviar um pouco as agruras que o trânsito proporciona.

Este mês de julho, porém, o milagre aguardado por mais de vinte anos, finalmente surgiu. Não um milagrão completo, perfeito, simétrico, arestas polidas de bom acabamento. Um milagre ainda torto, capenga de perna de pau, mas ainda assim um bom milagre. É que a gestão municipal resolveu realizar os festejos profanos de Senhora Santana, sem os transtornos eternos dos anos anteriores. Todos os parques e muitas outras atividades deixaram de obstruir as avenidas e ruas centrais, quando ocuparam pela primeira vez um largo por trás do comércio, cortado pelo riacho Camoxinga, afluente do rio Ipanema. Pelo início de obras e depois pelo abandono total com uma ponte sem cabeças, foi o largo apelidado pelo povo de “Ponte do Urubu”. O trecho cortado pelo riacho há muito virou esgoto a céu aberto, com largura considerável. Mesmo assim foi a melhor solução que já houve até o momento.

Existe unanimidade na beleza de como ficou o lugar da festa, inclusive cabendo naquele espaço, jurado e apanhado, tudo que pode abrilhantar essa ala popular da santa avó do Cristo. Mesmo sem cobertura móvel e de concreto sobre o canal do afluente; sem jardim, sem banco, sem praça e sem asfalto, correligionários e adversários do professor Mário Silva falam que finalmente o prefeito marcou um tento.

Veja a crônica completa no Blog do Clerisvaldo B. Chagas

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