Arapiraca referenciará atendimento para síndrome congênita

28 fev 2018 - 10:00


A decisão foi tomada durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite (Foto: Thiago Henrique / Sesau)

O município de Arapiraca, localizado no Agreste alagoano, passará a referenciar o atendimento do Protocolo de Síndrome Congênita para as Crianças da II Macrorregião de Saúde, com a realização de consultas e exames especializados.

A decisão foi tomada por gestores municipais e estaduais, durante a primeira reunião deste ano da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), realizada no auditório da Procuradoria Geral do Estado (PGE), localizada no bairro Prado, em Maceió.

De acordo com Monique de Medeiros, assessora técnica da Gerência de Ações Estratégicas (Gaest) da Sesau, a partir dessa iniciativa, a pasta terá condições de oferecer um suporte ainda maior e mais rápido de atendimento para às crianças com suspeita de síndrome congênita do zika vírus.

“A Sesau vai se manter em alerta, auxiliando a população com atendimento adequado de saúde”, afirmou, garantindo que o “Estado conseguiu mais 15 vagas, sendo 12 por mês e três durante a semana, haja vista que com esta iniciativa, a descentralização dos serviços vai encurtar a distância entre o atendimento de saúde e o paciente, evitando deslocando de famílias do interior para a capital, num trabalho que mostra eficiência no diagnóstico e fortalecimento na assistência”, destacou.

Antes desse processo, entretanto, quando uma criança nascia em algum dos 102 municípios com suspeita de síndrome congênita do zika vírus, precisava vir até Maceió para ser submetida a uma tomografia, que é realizada no Hospital Geral do Estado (HGE), além de uma consulta com um neuropediatra, que pode ser no Hospital Escola Hélvio Auto (HEHA) ou na Clínica Infantil Dayse Breda.

Com isso, eram feitos exames complementares solicitados por este profissional, para só então fechar o diagnóstico. Posteriormente, após o resultado, eram encaminhadas para sua região de origem, onde iniciavam a estimulação precoce nos Centros Especializados em Reabilitação (CERs). Em Arapiraca, o serviço já é disponibilizado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Centro de Medicina Física e Reabilitação de Arapiraca (Cemfra) e Pestalozzi.

“A criança que nasce no interior do Coité do Noia com suspeita de síndrome congênita do zika vírus, por exemplo, não precisa mais vir até Maceió. Isso porque, durante a avaliação inicial, a criança vai conseguir fazer tanto exames quanto consultas especializadas, através de ultrassonografia abdominal, ecocardiograma e tomografia, bem como realizar o atendimento com oftalmologista, otorrinolaringologista e neurologista, em Arapiraca”, reforçou Monique de Medeiros.

Novo Protocolo – Durante a reunião, também foi proposto uma mudança nos critérios de distribuição de repelentes com vista à prevenção mais efetiva da síndrome congênita do zika para as beneficiárias do Programa Bolsa Família, a fim de reduzir os índices de doenças relacionadas ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e, em especial, do vírus zika. Os 175.739 frascos de repelentes fazem parte da última remessa do Ministério da Saúde em dezembro de 2017.

Segundo Mardjane Nunes, superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, ao chegar à sua primeira consulta do pré-natal, a gestante receberá dois frascos do produto, em formato spray, com embalagens de 100 ml, suficientes para 30 dias, onde ela fará um teste rápido para identificar o vírus zika. Caso o teste rápido dê negativo, subentende que a gestante tem o risco de contrair o vírus, logo ela entrará no Protocolo de Prevenção, sendo uma das medidas o uso do repelente. Se a sorologia for positiva, os exames serão encaminhados para o Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL), com o objetivo de averiguar se é uma infecção presente ou passada.

“Caso seja uma infecção presente, a gestante vai receber todo o acompanhamento para verificar se o feto sofreu alguma alteração. No entanto, se for uma infecção passada, ela não vai mais receber repelentes com vista à prevenção do vírus zika, porque não corre o risco de vulnerabilidade”, explicou a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau.

Por Marcel Vital / Sesau

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